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NEUROARQUITETURA APLICADA A PROJETOS RESIDENCIAIS (disciplina de pós - IPOG) - Parte 2

  • Lu_rsr
  • 17 de mai. de 2023
  • 3 min de leitura

Material (2) desenvolvido para atividade prévia - módulo 7 - Master em NeuroArquitetura IPOG

Por Luciana R. S. Rodrigues em 23/09/2022


Em nós, convivem os outros. Nos outros, desenvolvemos a nós. Na soma de nossas personalidades, consolidamos a nossa Espécie – se permissão dermos, às nossas Identidades, encontrarem na sua Natureza de Ser seu sentido de Viver. Ainda que estudos possam nos indicar observações, análises, sínteses e referências para melhor compreendermos uns aos outros em um presente ecossistema, a realidade, o afeto e a consciência do encontro de dois (ou mais) seres é única de cada instante e variável em intensidade de estímulos a cada um dos envolvidos. Se nos dedicamos, nesses momentos, a buscas por conhecimentos nos ensinado ou reforços de crenças próprias (ou sociais), desperdiçamos a oportunidade de reconhecer, em nossos conhecimentos intrínsecos, a linguagem da nossa sinergia. Cada pessoa está em um ponto no processo do seu Viver. Quando nos condicionamos a categorizar, na nossa própria régua – medindo, julgando, estabelecendo –, o que vemos (e, às vezes, ouvimos), pouco nos permitimos vivenciar e compreender a cena que estamos dividindo. Ainda que doze principais arquétipos – residentes de nosso inconsciente coletivo – possam ter sido caracterizados, segundo Carl Gustav Jung em sua teoria da psique humana, nebulamos nossas emoções e intuições genuínas para com outros ao limitar quem nos afeta às simplificações das características atreladas a cada arquétipo.


Como projetar um paraíso sem ligação com outros – onde cuidar e proteger não seja um ato de valor e coragem? Um momento de pleno gozo, uma exploração de mundo com a liberdade de descobrir quem se é? Uma fonte de desejos de vinganças ou revoluções a partir de intimidades e experiencias? Tendo, em seu controle, a criação de coisas de valor duradouro pelo poder de encontrar a verdade na compreensão das leis fundamentais do universo?


Necessário é, para nosso consciente, envolvimento com o processo de estudo de Jung para compreendermos seu lugar na elaboração de sínteses de arquétipos e, assim, na sua estrutura de percepção e temporalidade dos indivíduos em singular e em coletivo. Caso contrário, a qual arquétipo predomina aquele que entende que “realiza sonhos” (O Mágico) ao “ser feliz” (Inocente) buscando “a experiência de um mundo melhor, mais autêntico, mais gratificante na vida” (O Explorador); ou que “realiza uma visão” (O Criador) ao se “especializar em domínio de um modo que melhore o mundo” (Herói), “criando uma família ou comunidade bem-sucedida e próspera” (O Governante)? Ao praticarmos um contínuo isolamento de arquétipos, tal como explorado em roteiros de filmes de Hollywood, nos sujeitamos a alimentar uma crença sociocultural de inexistência ou insignificância dos demais arquétipos – presentes em todos nós e estruturantes de nossas psiques, segundo Jung.


As imagens abaixo se referem a um dormitório projetado para acolher momentos de leitura, meditação, introspecção com música ambiente (13), estudo, consultas auxiliares em serviços digitais (14), receptividade a um eventual hóspede com suporte para armazenamentos complementares (15). Junto aos sentidos daquele que diariamente usufruirá do ambiente, refletimos, traduzimos e construímos, em união, o que traz significado à percepção e à condução de seu Ser. Ao olhar para um arquétipo, vejo a todos que, em situação atual de vida, se inspiram em borboletas. Estas, por sua vez, simbolizadas em palavras que norteiam nossos encontros: voando pela leveza da diversidade da beleza. É provável que o projeto se altere até o momento de materialização. Nos iludimos acreditar que somos os mesmos ao fim de cada dia, quando energia nos falta para sorrir com um amanhecer. Nos iludimos acreditar que o Tempo aprisiona nossos desejos, quando somos nós quem o condiciona ao nosso domínio material. Mas, para nosso atual Espírito, nos encontramos neste Lugar: na essência de um dia praiano, passeando por ares descontraídos em brisas estimulantes. Às cores mergulharemos, em saturação e brilho, quando seguras estivermos da sensação de harmonia junto ao Oceano. Com horizonte azulado (1), um pouco do abraço da areia (2) iluminado pela passagem da energia alaranjada de um Sol que saúda (3). As variações em tonalidades de madeira e composições de formas, intercaladas e em distribuição complementares, despertam a dinâmica dos ventos. O conforto de uma areia fofa, acolhedora a quem se senta junto a lembranças de afeto familiar (4). Folhagens vazadas (5) junto à claridade natural permitindo, no movimento de suas sombras, os olhos da passagem do dia. As memórias despertadas como apoio ao momento no contato com itens de valor pessoal (6). O incenso (7), que atualmente inicia seu recente hábito de meditar, convida a um tapete (8) para melhor se enraizar em presença à mente. Quadros (9) que carreguem inspiração e confortem seu Espírito, em perfume natural de uma muda vegetativa (10) de sua preferência da vez. Uma escada (11) sempre a lhe estender a mão na ajuda ao seu alcance às fantasias e aos conhecimentos (12). Acomodando, nessa espacialidade, espaços disponíveis para circulação e (re)ordenação de ideias e experiências.


Dormitório para relaxar, entreter, mentalizar
PLANTA PERSPECTIVADA
Dormitório para relaxar, entreter, mentalizar
CORTE PERSPECTIVADO 1
Dormitório para relaxar, entreter, mentalizar
CORTE PERSPECTIVADO 2

 
 
 

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