TFG (parte 5) - CONCLUSÃO

Este trabalho possibilitou o aprofundamento sobre questões referentes à arquitetura e ao espaço público, entendendo e refletindo, por exemplos, sobre as relações existentes e a dinâmica que se estabelece entre eles, a importância e a função dos espaços públicos e da arquitetura, em especial do equipamento cultural, na cidade, os fatores estimulantes e condicionantes do bem estar urbano.

Observou-se, então, que o espaço que gere a vida urbana não é a casa ou o escritório, um lugar delimitado ou restrito a um número de pessoas. O espaço gerador da vitalidade urbana é aquele capacitado à promoção da diversidade de usufruto: o espaço público. Ele pode, por exemplo, favorecer o convício social, acolher indivíduos desorientados, cansados ou sem rumo definido, capacitar variadas atividades, estimular o reconhecimento da cidade e o autoconhecimento ou, então, simplesmente levar as pessoas de um lugar a outro. Neste último exemplo, ressalva-se ainda a importância que o caminho, a calçada, o nível do pedestre tem para o indivíduo. Este é um dos principais meios de se estabelecer uma relação saudável entre cidade e cidadão. É andando, por exemplo, que os estímulos estão intensamente ativos, tornando um indivíduo suscetível a novas descobertas – muda-se de direção se ele não mais interessa, descobrem-se novos ambientes, desfruta-se de novas visuais.

Percebeu-se, também, que o equipamento cultural revela-se um importante elemento urbano enquanto elo envolvente desses espaços livres da cidade com os cidadão, indivíduos e usuários. Esse equipamento permite explorar as diversas relações possíveis de serem estabelecidas não só entre pessoas, mas com a cidade. Criar, por exemplo, identidade por meio de articulações instigantes do equipamento com o entorno - seja usufruindo de elementos existentes, seja favorecendo novas dinâmicas, entre outros - fortifica sua relação com a cidade, assim como, estimula indivíduos a se conscientizarem e se envolverem com esse novo equipamento e esses novos espaços.

Assim, promover e capacitar o bem estar urbano revela-se um forte aliado na conquista de um projeto que, de fato, componha-se na paisagem urbana. Afinal, a cidade não existe sem cidadão e vice-versa. Logo, quanto mais envolvidos e mais satisfeitos com sua cidade, mais valor acrescem a ela. Estabelecendo-se, dessa forma, uma dinâmica e um convívio mais saudável entre indivíduos e cidade, entre cidadãos e espaços urbanos, entre usuários e objeto arquitetônico.

O desenvolvimento do presente trabalho ainda permitiu constatar a importância da pesquisa e da reflexão para a clareza e fundamentação de idéias. Verificou-se, ao longo do processo, a existência de um tempo para aprimoramento de conceitos. Buscar referências e analisar casos específicos na intenção, por exemplo, de verificar hipóteses, observar relações estabelecidas pelo objeto arquitetônico ou entender dinâmicas de funcionamento, mostrou-se, assim, fundamental para aquisição dessa maturidade. Da mesma forma, o exercício projetual possibilitou a assimilação entre prática e teoria, entre realidade e ideais: os empecilhos e as considerações passíveis de serem encontrados nesta compatibilização.

Por fim, este trabalho, assim como os ensinamentos adquiridos ao longo do curso, capacitaram a conscientização do papel do arquiteto urbanista. A abrangência de sua atuação revela, por exemplo, uma interferência direta nas relações e na dinâmica de uma sociedade a cada decisão profissional. Mostra-se, assim, a necessidade de uma pesquisa constante sobre questões relacionadas, especialmente, ao homem e ao tempo em que se vive na intenção de entender mais precisamente os fatores favoráveis ao bem estar do ser humano. Procurar, por exemplo, a cada nova proposta, não apenas uma solução projetual que atenda às necessidades de um programa, mas fazer dessa nova oportunidade um estímulo a reflexões acerca de arquitetura e urbanismo. Da mesma forma, não deixar-se acomodar ou submeter-se a vontades individuais, mas sempre questionar-se e investigar soluções mais adequadas, principalmente em termos sociais, para cada situação.

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(Todos os sites citados neste trabalho foram verificados no dia 21 de Novembro de 2011)

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