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NEUROARQUITETURA APLICADA A PROJETOS CORPORATIVOS (disciplina de pós - IPOG)

  • Lu_rsr
  • 19 de jun. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 12 de abr. de 2024

Material desenvolvido para atividade prévia - módulo 10 - Master em NeuroArquitetura IPOG

Por Luciana R. S. Rodrigues em 16/12/2022


Dentre as ferramentas estudadas nos campos neuro-urbanísticos-arquitetônicos que podem estimular nosso desenvolvimento humano e favorecer nossa evolução enquanto sociedade estão as espacialidades corporativas. São nesses espaços em que podemos potencializar as oportunidades de relações humanas alinhadas ao nosso funcionamento laboral colaborativo e ao nosso crescimento individuo-coletivo. A partir de variadas perspectivas que objetivam ações comuns e se tratando de significativa produção – intelectual, material, operacional, situacional – do nosso amanhã, é na individualidade de cada colaborador que permitimos, em complementação às demais, a compreensão daquilo que nos ocultam ou que não nos conscientizamos. Nossa maior produtividade está na receptividade e no respeito ao Tempo, à Natureza – à nossa essência; aos demais seres e aos habitats; aos nossos objetivos e às nossas adaptabilidades contextuais; às nossas motivações e limitações; à nossa criatividade contribuitiva situada, realista e benéfica aos afetados – principalmente sob o âmbito da saúde, sinergia, prosperidade.


Por meio da Neurociência temos a oportunidade de oferecer, com maior assertividade, a consciência de ambientes que possibilitem estímulos mais propícios a determinadas atividades, cognições, funções, sensorialidades, ao mesmo tempo em que respeitem e fortaleçam as funcionalidades essenciais e necessidades vitais dos seres humanos. Porém, igual cuidado destinado à espacialidade como um todo, devemos nos dedicar às particularidades de cada indivíduo – gestor, colaborador, usuário – valendo-nos de aspectos como periodicidade, variabilidade, diversidade e personalização desses estímulos para que os ambientes tendam a nutrir e engrandecer a fluidez de motivação pessoal, contribuição ao coletivo e responsabilidade resguardada e compartilhada independentemente de setor, frequência, limitações, dificuldades, capacidades, competências e habilidades dos sujeitos. Se podemos nos educar, nos empenhar ao fortalecimento da nossa Espécie, podemos contribuir de forma mais saudável e responsiva a nós, seres humanos, assim como mais sustentável e favorável ao mundo. Um dos elementos para esse contexto diz respeito ao processo de concepção das espacialidades corporativas – desde as intensões da empresa/organização/instituição, passando pela valorização de cada contribuinte e usuário, até o respeito aos ecossistemas naturais e à nossa essência na sua oferta de produto e/ou serviço. Os espaços tanto refletem quanto afetam nossos princípios e, por tal razão, a importância de coexistirem alinhamentos periódicos entre objetivos, atividades, emoções, sentimentos, ações, comportamentos dos afetados e abertura, flexibilidade, imaterialidades, diversidade, contextualização dos ambientes. Possibilitamos, dessa forma, experiencias, vivencias e a aprendizagens contínuas e variadas – conjunto que favorece nossa saúde socio-psicofísica, nosso desenvolvimento cerebral (e sua neuroplasticidade), nosso aprimoramento evolutivo em sintonia com a biodiversidade.


Ao analisarmos o funcionamento do cérebro, os neurônios espelho – importantes no processo de aprendizagem (por meio de imitação de ações e comportamentos de outros indivíduos), empatização e constituição do sentimento de identidade coletiva e pertencimento ao grupo – tendem a ser aliados, sob estímulos positivos, aos ambientes e convívio corporativos acima citados. Estímulos estes integrantes, em respeito e sincronia, a processos naturais tais como os ritmos circadianos – quantidade e qualidade adequada biologicamente de luz, alimentação, sono dos indivíduos –, possibilitando bem-estar do coletivo e saúde ambiental, favorecendo um “espelhamento” de comportamentos positivos, produtivos, realizadores e evolutivos a partir de identidades consistentes e conexas entre si. Assim, também é possível correlacionar o maleficio de ambientes pouco favoráveis à nossa essência humana e natureza viva: o quão degradante, estressante, desmotivador, tóxico esse espaço pode se tornar ao “espelhar” comportamentos de indivíduos adoecidos ou em processos de adoecimento – seja por sobrecarga laboral; privação de sono e/ou alimentação; sedentarismo; poucos, repetitivos e/ou prejudiciais estímulos ambientais; espacialidades desfavoráveis ao convívio social (ambiental-material e comportamental-subjetivo).


Não somente as movimentações – produção, ação, problemática, interação, resolução –, mas também, os processos de pausas, relaxamentos, ociosidade são componentes igualmente importantes para consolidarmos ambientes mais favoráveis ao nosso desempenho motivado, efetivo, criativo e contribuitivo uma vez que possibilitamos um reequilíbrio psicofísico-ambiental, um balanceamento da nossa saúde física e mental em relação ao nosso meio. Dessa forma, as espacialidades corporativas carecem de ambientes que possibilitem estímulos ao trabalho focado e produtivo equilibrados aos estímulos de descanso, contemplação e recreação. Estímulos estes acessíveis e ajustáveis à situação e temporalidade de cada indivíduo, assim como, passíveis de sobreposição não prejudicial a outros indivíduos em mesmo convívio. Essas considerações tendem a favorecer processos de aprendizagem, empatia, prazer e reconhecimento – indispensáveis para continua construção de Identidade individuo-social-corporativo de maneira inclusiva, expansiva e altruística.


Ressalva-se ainda que o descuido ou desatenção no trabalho com tais estímulos, seja na concepção do projeto, seja na pós-ocupação ou adequação dos espaços, tendem a adoecer ou definhar – em maior ou menor grau – não somente os indivíduos afetados, como também, os ambientes, elementos e seres vivos em contato direto aos afetados e, portanto, pertencentes ao contexto holístico. Contexto este muitas vezes não contemplado pela urgência imposta pelos interessados para atendimento à suas demandas e prazos ou potencialidades lucrativas oferecidas. Assim, para que as espacialidades corporativas possam nos auxiliar a alcançar nossas potencialidades humanas-socio-ambientais, também precisamos trazer à consciência dos envolvidos o movimento prejudicial de impulsividade e da dinâmica sistêmica-organizacional que estamos nos submetendo na atualidade a fim de resguardar a saúde de todos aqueles que serão afetados e, portanto, do desenvolvimento da própria empresa/organização/instituição e sua importância para nossa sociedade presente e futura.

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